domingo, 11 de dezembro de 2016

Eu faria parte disso?

     Eu faria parte disso?
     Os meus sentimentos são tão contrários, não me deixam ser íntegro. Sou como uma peça que não encaixa no quebra-cabeça. Por mais que eu queira, por mais que eu tente, não me encaixo e não me completo. Sou frio, sou inconstante, mas queria renunciar a tudo isso. Admiro o amor, mas não consigo amar. Ele é onipotente e onipresente, entretanto, sinto que está um pouco longe de mim.
    Tento, penso, insisto, mas seria um sentimento meu?
    Eu, Fábio, me sinto como o José de Carlos Drummond de Andrade. Um homem triste e que reflete sobre tudo, mas que a esperança ainda habita-o; por mais que a festa tenha acabado e todo mundo tenha ido embora, continuarei seguindo.
    Estou tentando colocar a reciprocidade em tudo que tenho feito, quero o sentimento mútuo, estou desgastado de todo o sofrimento da primeira parte. As atitudes, os sentimentos, os pensamentos, não partirão mais de mim. Renuncio e abdico a tudo isso. Eu não faço mais parte de tais coisas. O sentir de um pequeno garoto, talvez é algo que está se tornando irrelevante e já deixou de ser prioridade. A única comoção que está em mim é a gratidão, sou grato a tudo que sou e a tudo que tenho, pois assim, me torno uma onda que derruba tudo que vem à frente, daqui alguns anos um dilúvio, mas agora sou uma maré baixa.

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