terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Felicidade não é utopia


         O 2° semestre, eu não tenho palavras pra descrever como tudo aconteceu de uma forma tão inesperada. Todas as expectativas que eu tinha para esta segunda parte de 2017 foram por água abaixo, mas calma, vamos lá.
         Agosto começou e eu estava bastante feliz, porque finalmente ia pegar todas as disciplinas que eu queria, posso dizer que eu consegui todas as matérias que eu desejava, mas o que veio depois me destruiu, me arrastou, me derrotou (somente por um tempo). Meu namoro começou a entrar em crise, e não era algo de um dia pro outro, não, era algo de semanas, o que era estranho, porque parecia que eu era o problema, que só eu estava sentindo as dores. E eu comecei a achar que eu sentia demais, que eu era muito, intenso, extenso, imenso. Eu estava enganado.
        Era um dia normal, como qualquer outro. Acordei, levantei e fui viver aquele dia. Pego meu celular pra ver as notificações e vejo que tem uma mensagem da Misaki. Ela disse que sonhara comigo, fiquei um pouco atônito, porque eu sempre associo com coisas ruins, e naquele momento, não era algo que eu desejava, mas que era real: Misaki me disse que sonhou que meu namoro acabava. Parecia que as peças se encaixavam. Fiquei perplexo com toda aquela situação. Logo, chamei-a para conversar, e que o sonho dela, em partes, era verdadeiro. Combinamos e fiquei de passar na casa dela às três horas da tarde. Me arrumei e fui. Cheguei lá, voltamos para minha casa e posteriormente fomos para o Chiquinho (uma sorveteria da minha cidade e de algumas outras do Brasil). Tomamos sorvete e eu comecei a contar a ela de como o meu relacionamento estava um fiasco: o meu parceiro ficava jogando indiretas sobre ter um relacionamento aberto, falei também sobre a relação dele com o ex (eu não tinha nenhum problema com esta suposta relação, mas o ex ainda gostava do meu namorado, o que era um problema). Conversamos e ela me aconselhou a terminar (algo que já estava na minha cabeça há um tempinho). Cheguei em casa e mandei mensagem para o Jin, falei tudo o que eu estava sentindo e que não dava mais para prosseguir com aquele namoro, ele, obviamente, não concordou, e começou a ficar desesperado. Infelizmente, eu me arrependi daquela decisão que eu tinha tomado, mandei mensagem para ele, arrependido, e combinamos de se encontrar para conversar.
        Na terça-feira nos vimos, tentamos quebrar todos aqueles obstáculos para ficarmos juntos novamente. Entretanto, ele não quis voltar imediatamente, achava que não era o certo a se fazer naquele momento. Respeitei a decisão do Jin, até por que, não era algo que cabia somente a mim. Os dias passaram, mas mesmo assim, eu tentava agir como se nada tivesse acontecido. No final de semana, uma pessoa me falou que ele estava gostando de outro, imediatamente senti um frio na barriga, era como se eu tivesse levado um soco no estômago, porém tentei prosseguir da melhor forma possível.  Eu tinha que tomar uma atitude, as coisas não podiam ficar daquele jeito. Portanto, bloqueei Jin de todas as minhas redes sociais (eu não queria mais ver esse menino na minha frente). Dias se passaram e ele não conseguia entender as minhas atitudes diante daquilo tudo. Infelizmente, eu cometi o erro de pegar uma disciplina com ele, toda segunda e quarta nos víamos. No início era prazeroso, no fim, árduo.
       Certo dia, eu saí da aula de IFIL (introdução à filosofia) e fui para o CA (centro acadêmico),  juntamente com Marcelina, cheguei lá e olhei ao redor para ver quem estava naquele lugar (não tinha muitas pessoas agradáveis lá). Jin logo me viu e me chamou pra conversar, subimos para o andar de cima e lá mesmo, tivemos uma discussão. Pra resumir, tínhamos decidido voltar. Eu confesso que estava bastante feliz naquele momento.
      O tempo passou e a situação não mudou muito, era como se as coisas estivessem do mesmo jeito de antes (brigas todos os dias, os conflitos não paravam). Eu estava machucado, ferido, sem psicológico e saúde mental, mas tentei dar continuidade para aquele relacionamento (eu dizia a Jin que queria ter algo no futuro com ele): um grande erro de minha parte. Fazia algum tempo que eu e ele não saíamos juntos, chamei-o para ir a algum lugar numa sexta-feira, combinamos de ir ao parque. Cheguei na universidade e logo de cara, Jin disse a mim que eu estava estranho, neguei tudo, obviamente (porém ambos de nós sabíamos que era verdade). Tentei colocar uma máscara em todas as feridas que se instalaram no meu interior (o que não deu muito certo). No caminho, ele falou que queria ter uma conversa e que temia por isso, tinha medo de algo dar errado e mais uma vez, ficarmos distante um do outro. Chegamos ao parque e ele disse que não se sentia suficiente para mim, e que eu projetava nele uma imagem de príncipe encantado. Ouvi tudo calado e apenas perguntei a ele se era isso mesmo que ele queria, Jin disse sim. Aceitei e falei que ia dar uma volta, depois de 15 minutos, fui embora. Meu chão desabou e eu caí como uma pedra do universo, sugada por um buraco negro, no infinito e imenso espaço. O vazio me consumiu, a mágoa, o choro, tudo isto veio com toda a força e me nocauteou.
     Comecei a andar para o ponto de ônibus, peguei-o e fui para a fila de um outro ônibus, este me levaria para casa. Recebo uma mensagem de Marcelina e esta perguntou se eu estava bem, disse a ela tudo o que estava acontecendo. Felizmente, ela me pediu para esperá-la no shopping e que em poucos minutos me encontraria lá. Contei a ela tudo o que aconteceu e depois de meia hora, confesso que eu estava melhor.
     Alguns dias se passaram e eu tentei levar a minha vida como sempre fiz. Toda vez que eu o via, ainda sentia um frio na barriga, mas isto, com o tempo, começou a sumir. Depois de um mês, Fábio Júnior estava voltando, resiliência, autossuficiência se instalaram nele novamente: ele estava de volta.
     Eu me remontei e sobrevivi. Peguei todos os cacos que estavam no chão e os joguei fora, me reconstruí com peças novas, pronto pra batalha e pra guerra. Eu comecei a me valorizar novamente.
     Alguns dias depois, Jin me mandou mensagem, fiquei surpreso, porque sinceramente, eu não esperava. Perguntou como eu estava e eu respondi (disse que estava bem). Ele me disse que estava com saudade, felizmente, eu não pude fazer nada quanto aquilo. Jin falou que queria que tudo voltasse ao normal, mas eu não causei aquilo, foi ele que quis isso tudo, foi ele que jogou o mundo em meus braços, e eu, sem forças, tentei segurar mesmo assim. Tudo estava tão escuro e tão cinza,  e eu mal sabia que logo viria o arco-íris na minha vida.
       Eu disse não, afirmei com todas as palavras que não dava mais, e sim, eu decidi seguir minha vida. Prometi a mim mesmo que nunca mais tentaria dar continuidade a um relacionamento sem confiança, sem base e sem empatia por uma das partes. Falei inúmeras vezes para ele se colocar no meu lugar, porém ele não me ouvira em nenhuma das situações.
      No início do segundo término, achei que não iria conseguir, hoje, estou aqui escrevendo sobre tudo o que aconteceu. Liberto: é exatamente assim que eu me sinto. Eu merecia mais do que isso, eu merecia alguém que se doasse por inteiro, pena que ele só me deu a metade. Hoje, não aceito mais amores pequenos, mas somente aqueles que me levam para muito além do que eu imaginara.









                                                           É isso, felicidade não é utopia!

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